segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Desjuízo

Faz três meses que não como. Que não durmo. Que não respiro bem. E que tenho sede. Três meses. Sua respiração ao meu lado me mata a cada dia, você consome todo o oxigênio que resta nesse quarto. Faz três meses que estou mergulhado nessa tua loucura, e três meses que tento me desvencilhar disso. Teu sorriso oblíquo faz com que cada nervo meu se estique até estourar, e perco os músculos e ganho raiva, raiva, raiva. Não quero ser uma pessoa raivosa, mas faz três meses que você urina e come e se banha em cima das minhas coisas, e três meses que não tenho acesso ao que é meu por causa da tua presença. Eu parti uma vez para ser livre, e aqui estou, amarrotado, atado, cansado e maltratado, com você respirando ao meu lado. Respirando. Ao meu lado.
Uma vez mais vou me abster dessa vida, e viver o que está mais ali.
Pega tuas meias e parte.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

11 de septiembre

Hoy voy a escribirte, mi mujer, pues te muestras desnuda arriba los andes, cercada de estrellas, como a recibirme en mi nuevo hogar, como a confortarme en esta nueva vida, esta nueva casa. Nuestra nueva casa. Bajo tus cabellos todo es luz, bajo tu luz todo es claro y cierto, y yo sé que ahora estoy exactamente donde debía estar.
                El cariño de este pueblo se confunde con tu cariño, y toda su historia y dolor se mezclan en mis ojos y pecho, hoy. Toda la esperanza y todo el pesar. Un lindo día para que las personas no se olviden que siempre hay luz después de la oscuridad, y que hay que luchar para para que las nubes no se vuelvan fascistas.
                Hoy día todo un amor me asomó, por todo y tantos, por los mismos de siempre y por los nuevos, por la humanidad… Los labios del amante derramaban tu miel, mi mujer, y la sonrisa de los niños difundían tu luz.
                Gracias por las flores, gracias por las frutas. Te dejo, en cambio, mis sueños, mis ideales y la música que nasce en este nuevo vivir.

(11 de septiembre de 2011.
Salvador Allende: presente!)

domingo, 4 de setembro de 2011

Um suspiro e um sorriso

Me despeço da minha terra,
de suas ruas e vielas,
seus passeios, seus passados,
e abro os braços pro amanhã
não como quem é exilado
mas com uma vontade eterna
de ir e vir, ser vela
desse barco que viaja
sem peso e sem rumo
nas ondas de uma vida
que só quer ser mar.

Pros amores e amigos
pra família e queridos
deixo abraços apertados
um suspiro e um sorriso
e um pedido no ouvido:
viva bem e não me esqueça.

Pego a mala e parto,
vou com o vento nessa vida
de quem abre o peito
e busca ser mensageira
do melhor do mundo.

(pra fazer um samba, depois)